sexta-feira, 1 de junho de 2018

Você realmente sabe LIGAR O FODA-SE?

Após ler o livro "A Sutil Arte de Ligar o Foda-se" (The Subtle Art of Not Giving a Fuck, em inglês) do autor Mark Manson, lançado aqui no Brasil pela editora Intríseca, eu descobri que eu não sabia que ligar o foda-se era uma arte e eu não sabia fazê-lo de verdade.

Sinopse: Chega de tentar buscar um sucesso que só existe na sua cabeça. Chega de se torturar para pensar positivo enquanto sua vida vai ladeira abaixo. Chega de se sentir inferior por não ver o lado bom de estar no fundo do poço.

Coaching, autoajuda, desenvolvimento pessoal, mentalização positiva — sem querer desprezar o valor de nada disso, a grande verdade é que às vezes nos sentimos quase sufocados diante da pressão infinita por parecermos otimistas o tempo todo. É um pecado social se deixar abater quando as coisas não vão bem. Ninguém pode fracassar simplesmente, sem aprender nada com isso. Não dá mais. É insuportável. E é aí que entra a revolucionária e sutil arte de ligar o foda-se. Mark Manson usa toda a sua sagacidade de escritor e seu olhar crítico para propor um novo caminho rumo a uma vida melhor, mais coerente com a realidade e consciente dos nossos limites. E ele faz isso da melhor maneira. Como um verdadeiro amigo, Mark se senta ao seu lado e diz, olhando nos seus olhos: você não é tão especial. Ele conta umas piadas aqui, dá uns exemplos inusitados ali, joga umas verdades na sua cara e pronto, você já se sente muito mais alerta e capaz de enfrentar esse mundo cão. Para os céticos e os descrentes, mas também para os amantes do gênero, enfim uma abordagem franca e inteligente que vai ajudar você a descobrir o que é realmente importante na sua vida, e f*da-se o resto. Livre-se agora da felicidade maquiada e superficial e abrace esta arte verdadeiramente transformadora.

Eu descobri esse livro, por acaso, andando pelo shopping ao passar em frente à livraria. Confesso que o que me fez comprá-lo foi o nome do livro - que achei bem sugestivo - e me despertou uma baita curiosidade. Mas ao começar a lê-lo, vi que o jeito que o autor escreve e todo o seu conteúdo é um verdadeiro "tapa na cara" daquelas pessoas que vivem sob os efeitos de livros e outros métodos de auto-ajuda. Este é um livro humano, feito por um cara que quer o teu bem e não tem medo de dizer umas verdades na sua cara. Ele é aquele amigo que senta do seu lado e diz: isso está uma merda. Refaça.

Manson nos faz reavaliar nossos valores e atitudes com exemplos reais da sua vida. E de forma bem sucinta, tudo fica explícito.

“No entanto, se pararmos para pensar, os conselhos de vida mais comuns – aquelas mensagens positivas e felizes de autoajuda que ouvimos o tempo todo – na verdade se concentram no que não temos. Eles miram direto no que já vemos como falhas e fracassos pessoais, só para torná-los ainda piores aos nossos olhos. Só aprendemos as melhores maneiras de ganhar dinheiro porque achamos que não temos o suficiente. Só paramos diante do espelho e repetimos para nós mesmos que somos bonitos porque não nos achamos bonitos. Só seguimos dicas de namoro e relacionamentos porque achamos impossível sermos amados. Só fazemos exercícios ridículos de visualização de sucesso porque não nos sentimos bem sucedidos”. (p. 12)

Todo mundo tem problemas na vida, isso não é nenhuma novidade. A forma como iremos resolver e lidar com eles fica a nosso critério. Para o autor, e isso eu concordo plenamente, quando você tem o problema nas mãos, não adianta se lamuriar ou lamentar por ele. Cabe a você saber como viver com ele. Além desse tema, o livro aborda questões sobre a felicidade e a vida, além de outros mais, claro. 

E como um verdadeiro antagonista dos livros clássicos de autoajuda, Manson nos mostra que ligar o foda-se tem mais eficiência do que propõe outras filosofias. Ligar o foda-se não é apenas não se importar com nada. Às vezes, é demonstrar total importância e valor a algo que você julga importante na sua vida, como ajudar alguém que você ama ou zela: fodam-se os obstáculos e espinhos, vá fazer o que acha necessário! Além dos relatos de sua vida, Mark Manson traz pequenos e importantes contos reais para que possamos compreender melhor sua mensagem.

Se não fosse sua maneira simplória de apresentar e relatar os fatos, com direito a um palavrão aqui e outro ali, o livro não teria tanto impacto como teve na minha leitura – e possivelmente na sua. É, portanto, uma leitura séria apresentada de modo irônico. Uma cutucada no machucado com o intuito de sará-lo. A verdade é apresentada nua e crua, sem temperos e toques de mestre para enfeitar e deixar mais saborosa: pode ter um sabor ruim, mas fará um bem enorme.

Então gente, leiam o livro, tenham "força, foco e foda-se"!

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