Uma coisa que a Netflix fez as pessoas em geral (e nessa, eu me incluo) esperarem é que, quando lançam uma série nova, lançam todos os capítulos de uma só vez. Não foi o caso de Luis Miguel - A Série (Luis Miguel, La Serie - 2018), que conta a história da vida e da carreira do cantor mexicano, pela primeira vez, com o consentimento do próprio - Luis Miguel é um fenômeno da música latina e, além de ser conhecido pelo vozeirão e pelas canções românticas - é conhecido por conseguir deixar a sua vida privada até então, longe da imprensa e do grande público.
A série conta a história de vida oficial e autorizada da superestrela Luis Miguel (interpretado brilhantemente pelo ator e cantor Diego Boneta - vocês lembrarão dele do filme Rock Of Ages e da novela mexicana Rebelde - durante sua juventude e pelos atores Izan Llunas na infância e Luis de la Rosa na adolescência), um dos artistas mais talentosos do cenário latino-americano, desde seu início aos 12 anos. Aos 17 anos, Luis Miguel já era uma febre no cenário fonográfico. Durante os anos 90, o cantor se estabeleceu como um dos grandes ao misturar em suas canções pop, jazz, big band, bolero, mariachi, baladas românticas com extrema maestria. Conforme a fama despontou, o ícone musical lutava confidencialmente com tragédias pessoais – do desaparecimento misterioso de sua mãe ao distanciamento doloroso de seu pai e empresário, Luisito Rey. Através de tudo, Luis Miguel sustentava sua maior paixão: a música.
Em cada episódio conhecemos tudo e todos que fizeram de Luis Miguel a pessoa e o cantor que são: a família, as intrigas, os amores e desamores e suas atitudes. De uma pessoa totalmente reservada quanto à sua vida pessoal e de pessoas da imprensa e do ramo da música que juravam, até pouco tempo atrás, que ele era um artista "enterrado no passado", Luis Miguel mostrou um verdadeiro golpe de mestre ao decidir contar sua vida através de uma série biográfica na Netflix, juntando com o lançamento de um novo álbum e uma nova turnê (que eu, particularmente, espero que venha ao Brasil).
Na série boatos são confirmados (como seu relacionamento ruim com o pai), que ele realmente teve uma filha que demorou para reconhecer, mas também deixa dúvidas pairando no ar - serão deixas para uma segunda temporada, recentemente confirmada: Onde está sua mãe, Marcela Basteri? Está viva ou morta? E Erika foi realmente o grande amor de sua vida?
Só sei que cada detalhe que descobrimos nos treze episódios dessa primeira temporada são hipnotizantes, daqueles que nos fazem querer maratonar de verdade. E a trilha sonora, com músicas que marcaram a carreira do "Micky" e algumas músicas de outros artistas que fizeram parte das vidas das pessoas nos anos 1980/1990 chamam a atenção. Destaque para o seguinte: quem cantam as músicas de Luis Miguel são os atores Izan Llunas (na fase inicial) e Diego Boneta (na juventude). Diego disse em várias entrevistas, inclusive para a Rolling Stone Brasil, que apesar de saber cantar desde muito criança - teve que reaprender a cantar para conseguir interpretar as músicas nos mesmos tons de Luis Miguel. Um desafio e tanto.
Destaque também para o ator Óscar Jaenada, que interpreta a Luisito Rey na série, que fez todas as pessoas o odiarem desde o primeiro episódio e por seus bordões que grudaram na cabeça de todas as pessoas que viram a série na América Latina, EUA e Espanha. "Coño, Micky!" ("Porra, Micky!" - traduzindo para o português).
E o que esperar dessa série? Só sei que vale a pena assistir, maratonar ou o que você achar melhor.
Só se sabe que terá uma segunda temporada, que começará da onde parou a primeira e vai até os dias de hoje. Existem rumores e coisas que estão sendo ditas ou não-ditas na internet, então vamos aguardar até sair informações oficiais sobre a seguinte temporada.
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