Creio que essa é a resenha que mais levei tempo para escrever na vida (até o presente momento), penso nela desde que fui ao cinema ver o filme no dia de seu lançamento - 01 de novembro de 2018. Não sabia o que esperar, mesmo tendo conhecimento de algumas coisas sobre a trajetória do Queen e de seu vocalista, Freddie Mercury e outras eu quis buscar assistindo a shows históricos da banda e documentários (como "Freddie Mercury: A Kind Of Magic" e "Queen: Days Of Our Lives"). Não quis ir despreparada - pois, apesar de gostar muito da banda e de suas músicas, eu não me encaixava na categoria de fã que sabe de tudo - mas fui bem surpreendida pelo filme, que sabe como prender a sua atenção.
Bohemian Rhapsody focou em contar a história de Freddie (apesar de parecer, não é uma biografia da banda e sim do vocalista) em um período específico: do surgimento do Queen até o fantástico show do Live Aid, em 1985. É o filme perfeito? NÃO. Passou por vários problemas em sua produção - inclusive troca de diretor - e, sinceramente, eu achei um pouco confuso alguns fatos importantes da história terem sido trocados de época no filme (apesar de ser compreensível os motivos que levaram para tal), mas nada disso estraga a grande essência do mesmo: ser uma homenagem e uma celebração à vida e a história de um dos maiores frontmans da história do rock and roll mundial. E tudo isso sob a supervisão de dois caras que viveram tudo isso com Freddie: Brian May e Roger Taylor, respectivamente guitarrista e baterista do Queen.
John Deacon (baixo), Roger Taylor (bateria), Freddie Mercury e Brian May (guitarra) |
A direção e o roteiro do filme focam (e, para mim, faz todo o sentido) em contar a história de maneira branda, mas sem perder o ritmo: a união dos membros do Queen e suas intrigas - afinal, eles eram "uma família e famílias brigam", a criação de hits como a faixa-título do filme, "We will rock you" e "Love of my life" e dramas pessoais da vida de Freddie. E cada fato apresentado durante as mais de 02 horas de filme, faz você ficar com os olhos presos na tela curtindo, se emocionando, tendo raiva, cantando e batucando com as mãos e pés - aliás, é impossível você não cantarolar e/ou batucar durante o filme, mesmo que não conheça as músicas direito. Nas duas vezes em que vi o filme no cinema, todos os presentes faziam isso. Eu mesma então, nem se fala...
A direção de fotografia também não deixa nada a desejar. As caracterizações dos personagens e dos locais refletem bem cada época vivida pela banda e os atores escolhidos para representarem os integrantes ficaram realmente parecidos (o mais parecido pra mim, é o ator Gwilym Lee, que interpreta o guitarrista Brian May).
Mas o que me chamou a atenção foi a atuação de Rami Malek (até então, conhecido pela série Mr. Robot) como o lendário vocalista do Queen. Não deve ter sido nada fácil encarnar o cantor - uma figura praticamente inimitável. Malek brilha em sua fisicalidade, replicando bem os trejeitos de Mercury e mostrando-se muito à vontade no palco. Quanto ao alcance vocal, o dote mais particular do artista, o ator teve sua própria voz mixada à de Mercury e outro cantor, e o resultado consegue ser bastante convincente em cena, sem soar como um mero playback. Em muitos momentos do filme, temos a impressão de ver realmente Freddie na tela ao invés de Rami. Ele se entregou de tal forma que deixa qualquer pessoa que vê o filme surpresa - tanto que o ator já ganhou Globo de Ouro, Bafta, Sag Awards e o AACTA International Awards de melhor ator pelo filme, além de estar indicado ao Oscar na mesma categoria. Torço para que ele leve o prêmio <3
É um filme que vale ver e rever. Me apaixonei mais pelas músicas e pela história do Queen após Bohemian Rhapsody também. E para quem quiser conferir a trilha sonora oficial, segue abaixo um player para escutar tudinho.
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